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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O dia igual à noite



Chegou para meu contentamento a estação do Outono.
Despromovida de letra maiúscula no novel acordo ortográfico bem como os demais meses dos Anos - que é coisa que aqui, diga-se, não tem cabimento algum - a minha estação favorita apareceu contrariando o que se esperaria dela, ou seja, mais frio, menos sol, uma pouca de chuva.
Mas tal como o bezerrado acordo, trocou as voltas e surgiu pintada de Verão pleno com temperaturas de morder as beiças de inveja aos meados de Agosto.
Equinócios de Outono ou o dia igual à noite, um tempo tanto de luz quanto o de bréu, uma imagem feita de poemas na verdade, já que a realidade não confere com esta igualdade de tempos medidos e até ao entrarmos no Inverno límpido vão-se os dias emagrecendo e os candeeiros de rua alumiando amarelentos na companhia das nossas sombras que de esguelha e amarrecadas empurram rápido para casa a fugir do frio.
Mas até lá, maravilhoso Outono de colorir passeios a fogo e ocre, redescoberta de árvores na sua robustez a despir-se, cheiros recordados e novos por serem sentidos outra vez e de novo e tantas vezes quantas se olha o Rio de um lado ao outro e se acha menino nele quando menina se pensa quanto tempo já passou... Nada, ainda agora comecei a ver.

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