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sábado, 12 de setembro de 2015

Integral



Chega, dou um chega e basta e arrumo de vez comigo, empurro-me contra a parede e dispo-me deste aperto sufocante, liberta sou una de novo.
Dobro a dor cuidadosamente, incapaz de meter no escuro de gavetas sem o acerto das costuras, ombros direitos e alinhamento da fímbria que me manteve a pé, sem rugas e graciosa, agora arrumada, pretendida que não tenha uso ou fora de estação, fecho a gaveta e selo-a nos segundos de pensamento em que as mãos se pousam a guardar na simbologia do já passou, já passou e não custa nada e os olhos sublinham uma e duas vezes, sem hesitação abro a gaveta e olho a dor muito arrumada e muito limpa.
Minha.
Tiro-a e penduro-a onde a possa assistir junto às outras que não esqueço mas que não me incomodam, visto-as porque me são o que sou como una.
E nada mais me dói, estou completa de novo.
 
 

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