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segunda-feira, 29 de junho de 2015

Mais ninguém (?)



Vigio o meu lado, branco de névoas por calor a vir ou desejos de lá chegar rápido ou por longe a vista nem tanto aperfeiçoar limites ou por sabê-lo na margem querida a estória de imagens conta palavras mágicas em tons fantasmagóricos e apenas alcançáveis aos libertos de coração.
Mais ninguém a ver como eu.
Um traço de água cinza, dois altos pardos, nada mais.
Queima-se o calor na ponta do cigarro, os pulmões ardem à vontade o ar inalado e eu não insisto o que não se pode ver, demasiado quente para batalhas de atravessar, os olhos preferem chão onde se amontoam beatas tisnadas em margens desviadas pelo vento do final de dia, ainda agora tão manhã e evitam sonhar, viajar até ao véu, vê comigo, esforço de segunda-feira mal-disposta não há estória de tons fantásticos que erga o rosto e nem à mão ao queixo na ajuda, vê comigo, os lábios se entreabrem de surpresa, um rio verde-azul, uma mulher deitada de lado, anca arredondada e seios a Lisboa, só apertam filtros de cigarros perto de um fim, cimentos.
Vigio o meu lado, mais ninguém o vê como eu, cada um respira por si. 

 

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