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terça-feira, 5 de maio de 2015

999



Foi quando ía passar o texto que tinha escrito no caderno para este plano daqui que ao entrar nos bastidores o olhar derrapou para o número à esquerda que me apercebi de quanto a Árvore tinha crescido.
Talvez que os anos passados - embora contados e com o contar a relativização do tempo é isso mesmo, passaram e não tomamos crédito do seu pulo que dantes não corría tanto - nem tenham grande importância na prazeirosa tarefa de cuidar da Árvore, mas contar 999 folhas que foi esse o aglomerado dos três algarismos, levou-me a noites e a dias e a outra eu ainda de sapatilhas atadas e a descoberta de gentes profundamente maravilhosas e a outras profundamente vazias.
Nunca me impus a mim mesma, essa foi a regra principal, respeitar-me. Deixar o campo livre, regressar e desaparecer quando houvesse tempo, vontade de escrita e verbo que de alguma forma eu própria entendesse que pudesse ser lido por mim.
Até me dar prazer, sejam 1000 ou ficarem nas 999.
 
 

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