Verdade, verdade, as pessoas detestam-me. Nem sequer têm a grande capacidade de me odiar, esse ódio de olhos e boca de frente a frente e dizerem-mo, só na escapadela ou na oportunidade dissimulada em que por mim perguntados no esclarecimento afirmam que entendi mal, não foi nada, sorriem desconfortáveis aflitos pela fuga possível. Mas se o acaso os conforta aí estão a aproveitá-lo para dar uma ferroada encobertos ou até distorcidos por uma história contada à sua maneira.
Sei que falam mal de mim quando não estou e quando passo ao largo.
Não me preocupa o falar, mas interrogo-me sobre a origem de tal interesse.
Verdade, verdade, é que sei que me detestam porque não aguentam a verdade. Mas se perguntam... Que eu devo dizê-la de outra forma, mais bonita, menos agreste, menos caustica - ouvi.
Que querem que eu faça? Que minta? Que me cale?
Que me torne um igual aos que me detestam?
(Lx., 05-09-2010)
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