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quinta-feira, 19 de março de 2015

O dia de todos



Já de véspera trazia o padecimento de dizer o que não saber, um reboliço na alma que descompunha o corpo e arrastara a insónia por um par de horas roubado ao sono já de si achado curto, mais ainda a malandrice de rua com os do grupo na chacota do dia do velho, que dizer, que escrever, composição, o dia do pai, lembrava-se dos anos passados, há muito tempo, o dia do pai, eu gosto muito do meu pai, mas isso eram outras cantigas agora ninguém lhe aceitava essa conversa, era um traço na folha de alto a baixo e mensagens a descarregar pelo resto da época, já sem falar que nunca mais poderia entrar na escola ou pôr o nariz fora de casa, e esta gente toda no metro, de onde veio esta cambada, se ao menos andassem, mas nada, e a idéia a moê-lo como uma rosca, que dizer sobre o homem com quem nunca fala, de quem não sabe o que falar, o que perguntar, se ao menos ele soubesse o que era o problema dele, escrever sobre o pai dele, o pai dele, quem é o pai dele?

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