Revisito-me: O corpo apreende códigos ao longo da vida tão iguais como aprender a andar de bicicleta, nunca se esquece e neste lembrar despertam as dores e os sorrisos do cenário onde os ganhos das nódoas negras sobressaem como sublinhados de uma frase, reescrevo o meu regresso, pirueta, torta, de novo, torta, outra vez, melhor, hesitando lenta, páro, troco palavras com mortos que dançam comigo de novo, como estás, fantástico! e sento-me admirável a admirar estes admiráveis seres que me acompanham na ponta dos dedos e me erguem do chão frio, nada de parar, ainda não, e trazem ritmo e som e gargalhadas e desafios e breve, breve, rodopio de olhos fechados e as palmas vibrantes no sentir das veias, ouço o meu irmão a rir, tonta, o chão tão quente sob os pés nus, abro os olhos de uma vez, o cão deitado a fitar-me.
Revisito-me na memória dos que me fazem feliz, esse exercício não morre, é a descida que se faz a sentir o vento na cara e a afastar o cabelo depois da ladeira acima que esforçadamente se pedalou.
1 comentário:
(uma das minhas tristezas foi começar a usar óculos pois deixei de sentir o vento nos olhos...)
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