Segurou a jarra de porcelana branca-azul azulejo entre as mãos, os dedos afastados aparentando um não-toque e sustendo o cuidado na expectativa dos convivas aguardando palavras satisfeitas e reconhecidas da presença, da lembrança, dos anos passados, a violência dos momentos de ira instantânea não eram para ali chamados assim como as contrariedades, as de todos, a comunhão do momento, a hora da verdade transformada em sobremesa, um doce de pessoas, obrigado pelos tempos, pela saúde, pela sorte, por deus e a jarra de porcelana cada vez mais fantástica nos dedos que mal a seguravam e não a deixavam tombar, só o azul se tornava mais céu e os olhos dela não fitavam os demais porque ela quería continuar forte e sorridente como sempre tinha sido, sem lágrimas a aguarem a porcelana dos dias.
Palmas, olhar ao alto, encanto da serenidade.
( A Maria Eduarda Teodoro, minha companheira de trabalho que parte para outra carreira)
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