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domingo, 5 de outubro de 2014

05/10/1965-09/01/2013 (Até ao reencontro)



 
Vejo-te assim: De umas vezes solitário, vagueando sem fim e sem destino, sempre incansável a caminhar como uma fera na busca de presa, focinho rente ao chão e orelhas a rodar ao menor ruído, quem te observar de longe até pode achar-te perdido e triste, chamar-te por um carinho mas tu olhas, agitas ao de leve a cauda grossa e segues sempre. De outras, vais na frente, ao comando da alcateia, peito feito ao perigo e a farejar outros que se queiram meter na tua trilha, sempre pronto a defender os teus.
Ultimamente só me apareces menino, um garoto endiabrado e magro, muito ágil de corpo e respostas na voz de timbre poderoso, discutimos, contrariamo-nos, ris destemperadamente da minha fúria, lutamos, rolamos os dois pelo chão, eu mulher feita e tu cada vez mais miúdo.
Quero abraçar-te.
Dizer coisas e ouvir de ti as coisas que sei que tens dentro de ti e não dissemos.
Fazes-me falta, desde que te foste que deixei de chorar, deixa-me abraçar-te mas tu saltas do meu regaço a quatro patas e segues o rasto de uma pista que me é invisível.
 
 

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