Todos os textos são originais e propriedade exclusiva do autor, Gasolina (C.G.) in Árvore das Palavras. Não são permitidas cópias ou transcrições no todo ou/e em partes do seu conteúdo ou outras menções sem expressa autorização do proprietário.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Um pingo de felicidade



 
A absorvência do mundo que tomba e faz correr contrariados pés que chapinham em sandálias desprevenidas na surpresa da incredulidade, engoliu devagar a existência da minha superfície visível, uma quase paz permito-me. Chove. Chove como em tempo de água esperada a colher, chove muito, a mãos cheias de molhar de pingos a goteiras no nariz e fechar olhos para clarificar a distorção das imagens na duplicidade de vidros aquosos e escorrer por cabelos como algas que se encharcam quando a maré se presta a subir.
Embebo-me.
Transformo-me gota, que uma só é bastante para mim para tomar fôlego e soprar seiva, agarrar raízes e continuar árvore.
Do tecto um rasgo de alivio em tom de azul claro, arco-íris de sete, Rei-Sol a beliscar, eu feliz.
 
 


Sem comentários: