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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Olhar com Vista sobre o Rio (11)

 
 
 
 
Se fechar a minha mão agarro-te de uma só vez, pequeno que és ou pequena que sou ainda quando quero pensar-te só meu na grandeza dos infantes quando nas estórias do contar acham sempre que os tesouros são de quem os decifra no mapa ou escavando fundo tocam na arca.
 
Eu achei-te pelo olhar, logo assim me perdi ou tu me lançaste um feitiço ou então é coisa dos Rios, já te contei de outros.
 
Mas tu, sei lá porquê, à medida que o tempo corre, tens-me parado nas veias e agora mirar-te de longe e fazer de conta que te consigo segurar, pequeno, quase gota na concha da mão, uma brincadeira que olho na palma e vejo escorrer entre linhas destinadas a seguir entre margens daqui onde agora me sento acocorada na colina do Castelo, e além, mulher deitada de lado, lado meu, margem minha, sinto a tua finitude na emoção, lágrima, um sal que não é Rio.
 
Quando eu o for tu deixarás de o ser e nada mais será Tejo.



(in Olhar com Vista sobre o Rio, 2012)

2 comentários:

Selma Barcellos/Bloghetto.com.br disse...

Gasolina, este seu texto deságua - agora mais que nunca - no meu coração de vó.
Você permite que o publique no Bloghetto? Aguardo a resposta e tomara que diga 'sim'!

Abraço do tamanho do Tejo!

Gasolina disse...

Selma,

A resposta é sim, com prazer.

E com um abraço deste lado levado na chuva forte