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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Ninho



 
De vez em quando volto aqui. Ao ninho que o Trilitistar fez e me ofereceu. Talvez porque fica numa ramada alta e dificil de à mão o atingirem e no descuido da vista habitual são só folhas e gravetos, de mim nem nada, tanto melhor. Sossego. Hoje precisa-se. Até por dentro, ide. Mesmo o vento e um ssss que haja de brisa levantada já me soerguem outros ruídos que precisam baixar.
Enrolo novelos de pensares como caracóis de cabelo que se encanudam nos dedos distraídos quando se mastigam por muitas vezes até o fixo das pupilas arderem até às lágrimas, mas tudo o que sinto na boca é a palavra cansaço. Não quero mais. Não quero mais trepar até este alto para me encaracolar queixo a pés, unir o meu sentir soldado como uma argola fundida sem escape, sem grito, sem vento. Quero sossego mas de paz.
Quero paz de contemplar outras árvores nos seus cocorutos como caminhos verdes que possa saltar de copa em copa ou simplesmente aninhar-me neste cesto de Tri, fechar os olhos e imaginar que tenho asas e que sou livre para voar de verdade.
Sem nunca me cansar.
 
 

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