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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Caiu qualquer coisa


 
Embrulho tudo e faço dos anos que te conheci uma bola pequenina que me caiba nas mãos e seja pudicamente secreta, não por mistérios mas pela maneira única com que te permitiste mostrar no sorriso, nos humores.
Caiu qualquer coisa, e um estrondo estilhaçou-me a recusa das verdades, quando não as queremos empurando muito, as evidências talvez se tornem apenas estórias e esfumam-se, desaparecem, nunca existiram, caiu qualquer coisa e o ruído foi tremendo, não foi algodão dirias tu, caiu-me o coração e o som que fazía cá dentro parou-se, digo-to eu.
Dói-me este barulho do silêncio caído de te saber a ir. Ido. Na bola pequenina e amachucada entre mãos que seguro ouço distinto o teu gargalhar. Esta noite hei-de procurar por ti no azul-veludo, deverá haver uma estrela a piscar-me o olho. Será esse o tempo de ouvir de novo o coração.
 
 
(a Adriano "Menino" Jesus)

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