Mais folhas e nem uma o vento roubou daqui que lhe aprouvesse no estomago alimento diferente do que fel ou açucar, vai-se a ver, e é tudo liquefeito, todo cuspo, tudo coisas de lingua ou do sabor de cada um ou como cada um acha que lhe pode caír consoante a disposição de o tomar.
A árvore ainda cá está, de copa larga, preguiçosa e madura mas forte e alta, corações cravados no tronco que não saram a resina que pinga, ninhos, muitos ninhos, alguns de gerações passadas, outros de ovos de Primavera primeira e voos ensaiados com muitas quedas.
Quando falei não falei de mim, usaram de mim para falarem deles, eu encostei-me na árvore e deixei porque gosto de ser palavras, porque me faz sentir tinta e correr e molhar terra e folhas e ventos e ser alimento. Por agora sacio-me.
Amanhã voltarei.
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