Fugir, escapar de mim, lançar os olhos ao espaço através de chuva que não cai, só posso imaginá-la por dentro em palavras que desenho em linhas que juntei antes para que o verbo se alinhe e não tombe das minhas mãos escorraçado a tinta sépia pela demora em que me perco de mim fora, [quanto tempo já passou desde que fugi e me chamam e eu faço de conta que eu não sou eu e eu sou surda e eu não vejo mais gente feia que morde nas costas de outros como feras insanas de maledicência e escárnios e conjecturas piores que caldeirões de nefastas mezinhas, talvez assim me larguem e me deixem chover] limpido, páginas de branco, grânulo bastante serei eu que me reflicto manchada quando me dobro na evasão de mim e na imitação da natureza quero ser vento, folha, contrariar-me na dimensão da minha pequenez e regresso, [chamam-me, ouço-o, não consigo evitar os meus sentidos, cheiro o meu nome]sentada à minha cadeira de trabalho.
CAPÍTULO QUARENTA - DE VOLTA A CASA
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Ao fim de pouco mais de três meses Alberto fechou a conta e a familia
regressou à casa renovada.
Maria da Luz apenas tinha ido por uma vez ver o decurso das...
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