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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Livros aos pontapés




Mais de mil. Mais de dois mil. Já leram tanto, que outra coisa não fizeram desde o primeiro vagido. São cultos, cultíssimos, uma bagagem literária do tamanho do Expresso-Oriente incluíndo a carruagem dos víveres. Conhecem todos os títulos, recordam todos os autores e ainda tratam pelo nome de baptismo uns quantos que lhes fizeram o favor de na sua companhia, beber um copo à saúde de mais uma dúzia ausente, mas que todos conhecem muito bem de outras farras.

Sabem de tudo [pois se são cultíssimos!!!], nomeie-se o tema e aí estão eles a dissertar, braços abertos para uma platéia (imaginária, que alucinações, que é que esta gente fuma?), rodando a cabeça num gesto empático à espera de afirmativas, ignoram pequenas interrupções, um mundo autista que teve direito a multiplos ensaios, ensaio geral e ante-estreia.

Depois o vazio. Não há mais nada. Não há surpresa, não há emoção, não há reacção. Só livros a pontapé.

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