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quarta-feira, 7 de abril de 2010

Unguento

Há dias em que a poesia se torna absurda. Nada é tão perfeito assim. Há dias em que a escuridão das palavras cega. E o poema brilha. Nos dias em que a poesia se inventa para guiar mãos sem destinos volto costas ao mundo, enfaixo-me entre páginas de sábios que esqueceram o ritmo dos dias e a lentidão das noites. Repito-me. A poesia dos dias e a poesia da vida dos poemas, não desses poemas sangrados até ao fóssil do desgosto em que se muito me faltara para perecer no imediato entrego vontades e respirares, falo da poesia, desse absurdo invisível que alimenta até à fartura o espirito e sempre escasso o corpo para sentir. Pobre corpo, tão pouco, absurdo corpo consolado.

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