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quinta-feira, 7 de agosto de 2008

5 AM


Queima, morde a lingua, sopra, poisa, lê. Mão. Dedo, dedos. Olhos. Tudo olhos. O esganiço do galo alerta as horas. Cedo, noite ainda, nem pisco de luz a lembrar que a madrugada se deita cansada do seu turno sem folga. Pouco tempo, escasso tempo, raro tempo. Dedos, todos os dedos das mãos e ainda os dos pés e ainda os do pensar e acrescentam-se-lhes os dedos do coração, ainda assim ausência de mais para o que precisa fazer. Tempo, corre tempo que correm atrás de ti, tu veloz, ágil, frágil, fumo de cigarros perdidos entre fumo de calores, entre fumo de mãos e dedos que não acompanham o fumo do sentir nem os olhos a mais que seguem tudo nas linhas marteladas à procura do climax que ainda está longe, por agora calor, calor a inundar em vagas molhadas a boca, a lingua queimada que sopra palavras em sussurros mudos e dedilhados no atropelo de frases, tempo, tempo, azuis e anil escorrem pelas cortinas que acordam à brisa, tarde, o tempo ganhou...
Bebo o café. Frio.

6 comentários:

Carla disse...

eu corro atrás do tempo e ele atrás de mim
bom fim de semana
beijos

BF disse...

Por vezes sentimo-nos mesmo vencidas pelo tempo ... mas acho que tu consegues superar o tempo.

Beijo
BF

SONY disse...

O tempo por vezes parece-nos passar demasiado rápido... nem com todos os dedos possiveis e imaginários conseguiríamos fazer tudo o que temos projectado fazer!
Principalmente os assuntos do coração!!
Esses são terríveis e na madrugada ainda mais, o tempo na madrugada corre, desaparece sem sentirmos...noites atribuladas estas preenchidas de palavras e sentires!

Um beijo,
Sony

*li o teu texto em voz alta!!! FANTÁSTICO!

Gasolina disse...

Carla,

Eu não sei se corro atrás dele, se ele atrás de mim, se ele corre comigo. Uma coisa é certa: eu fico sempre aquém.

desejo-te uma óptima semana.

Com um beijo da Árvore

Gasolina disse...

Papoila,

(sorrio)
Quem dera que eu tivesse esse poder todo!
Esticar os bons momentos e encolher os menos felizes. mas não sou diferente dos outros. queixo-me porque me escapa.

Um beijo grande para ti papoila dos Girassóis

Gasolina disse...

Sony,

Desde a hora do lobo até ao nascer do dia há um fascinio que me atrai ao papel e me faço prisioneira das palavras. Não há tempo que me console. Não há palavras que o retenham.

Um beijo Formiguinha.

Ps.: obrigado. Tu sabes.