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quinta-feira, 31 de julho de 2008

#(1)



Doem-me as articulações. De tanto flexão, extensão, compressão, tracção e outras dobras que me querem impôr na vénia forçada do cumprimento lustroso ou nanismo que me encolhe num segundo perante o dedo ameaçador de ter pisado o risco e me arranca metros na expectância de aguentar firme rotas de colisão sem pestanejar ao som do silvo a zunir junto às orelhas.


Plasticina. Esperam-me assim, moldável ao gosto e humores dos dias e das modas, dos homens e das mulheres, sorriso publicitário, cintura fina, fina e maleável de hula hoop, up, up, fwd, sempre para uma frente chacinada na infantaria recolhida a números.


Doem-me as vontades. As dos outros, calcifiquei as articulações e não me vergo mais.


1- Sinal usado na escrita médica para designar fracturas.

18 comentários:

SONY disse...

Penso que de tanto ser "maleável" na ARTE durante uma vida, torna as pessoas rígidas para essa mesma vida!Falo na rigidez fisica e psicológica!

nessa arte, é bonito para quem vê como um corpo se enrosca, é algo doce, leve,frágil!O Sorriso!

Quando a arte tem de "acabar" o corpo já não se consegue vergar ou enroscar, o que era doce, torna-se amargo, o que era leve, torna-se pesado,e o que parecia frágil ficou mais frágil ainda!O sorriso onde está?

como tudo na vida existem contradições na prática!

O Ballet é para mim mágico!!!

Um beijo Grande do tamanho da tua MAGIA!!!!

Sony a flutuar...

Alecrim disse...

Acho bem. Que não verguemos. Mas escusamos as calcificações e as fracturas...
Beijos, Gas.

Daniel disse...

Gosolina

Li de corrida, não dispondo de alguém espealizado em ler tranversal, como os técnicos de farmácia, recorri à estografia e então retrocedi e precebi.
Toada, muito obrigado, gostei!
Daniel

suruka disse...

Resiste.

Não te deixes fracturar.
#(1)

Anónimo disse...

Descansa!
Bom fim-de-semana!
:)
Bj

casa de passe disse...

querida amiga,
as articulações doem-nos demasiado
sempre
também a nós
na dura vida que levamos!

Eternos Sentidos disse...

Não é só a fractura que te doi, mas também o seres vitima dela.

Um bem haja a ti, mestre da palavra

Mariazita disse...

Chega um dia em que é preciso dizer: basta!
Quando as articulações calcificam...não há mesmo mais nada a fazer a não ser "não vergar".
Muito bom. Gostei!
Beijinhos
Mariazita

Gasolina disse...

Sony,

Há mazelas que ficam da arte, sem dúvida, mas é um preço que se compra e até se exibem como medalhas na intimidade do próprio.

O sorriso? Fica sempre, sempre. Mesmo amargando as saudades mas nunca vergando à tristeza.

Um beijo Formiguinha da Árvore

Gasolina disse...

Alecrim,

Eu sei que tens razão.
Mas acho que quebro melhor do que o que me vergo.

E #'s e calcificações tenho umas quantas que me avisam quando vai chover...

Beijo Lindo Alecrim, com um abraço muito apertado.

Gasolina disse...

Daniel,

Olá!
Ainda bem que gostaste, cronista-mor.

Um beijo para ti

Gasolina disse...

Suruka,

Claro que não.
Hei-de resistir enquanto respirar, sou teimosa.

Gasolina disse...

Bernardo,

Obrigado Querido Bernardo!
Beijo para ti com muito sol!

Gasolina disse...

Casa de passe,

Acredito.
E nisto do doer não há diferença na vida que se leva, pois não?

Beijos às Meninas e ao Cavalheiro

Mateso disse...

Para além da flexibilidade fisica existe sempre a fiabilidade dos sentidos.
E esses não jamais se devem calcificar, porque neles, a idade aprimora-os.
Beijo.

Gasolina disse...

Eternos sentidos,

Incontornável!
Mas dói muito mais o vergar que a fractura.

Pára lá com isso do mestre. Mestre é o homem que leva o Cacilheiro pelo Tejo fora.

Gasolina disse...

A casa da Mariquinhas,

Nem mais.

Obrigado pelo regresso à Árvore, és bem vinda.

Beijo para o fim de semana de sol
(com direito a eclipse de Lua)

Gasolina disse...

Mateso,

Dos sentidos e dos sentires toda a maleabilidade e também os que chegam e se calcificam dentro do meu coração para não mais saírem.

Beijo grande para o Azul