terça-feira, 29 de abril de 2008
O sacrificio
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Desafio
Qualidades: Sinceridade
Defeitos: Teimosia
Gostos: Dança, Escrita, Gastronomia
Não passarei sem: O rio, o mar e a chuva, dançar e escrever
Detesto: Mentiras
Pessoa: Fernando
Família: A minha de 4 patas
Homem: D. Afonso Henriques
Mulher: Frida Khalo
Sorriso: Nas palavras
Perfume: Chanel nº 5
Carro: O que me leve ao destino
Paixão: Em tudo
Amor: Que me incendeie
Olhos: Os que olham os meus
Sal: Da vida
Chuva: Sempre, sempre
Mar: Liberdade
Livro: Do Desassossego
Filmes: Todos do Bertollucci
Músicas: As que me fazem cantar e dançar
Dinheiro: Dá uma jeiteira!
Silêncio: O de um olhar
Solidão: Quando quero
Flor: Jarros, Orquídeas e rosas
Dos meus link's sintam-se desafiados aqueles que acharem por bem.
Presentes X 2

Porquê?
Crónicas do Tejo (XIV)

domingo, 27 de abril de 2008
Distância para tudo ver

Ao longe topam-se, enquadram-se os de primeiro, segundo e nenhum plano que dado o destino a que foram feitos são sombras de outros, rebocam-se na projecção do sol às duas da tarde inclinando-se sempre para o mesmo lado, sem suspense, sem surpresa, já se sabe o que se vê, o que se lê.
Recortam-se os da simplicidade na exibição da pura cor: o que se obtém é o que é, seja no fulminante nu seja na diluição no horizonte, rx's de si mesmos que atiram para o escárnio fotogramas manipulados no composto fugaz da ausência de alicerces.
À distância come-se todo o palco e satisfaz-se o gosto do sabor panorâmico na acção dos que sabem o papel de cor e entregam ao ponto os estudantes cábulas que amanharam no encosto a salva que aguardam.
Por vezes sabe bem estar entre o publico, bater palmas e vaiar.
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Mimo

terça-feira, 22 de abril de 2008
Hoje e Sempre

Quem me brota, refresca, renasce a todo o momento e me dá vida. Quem me encanta e emociona até ao choro mudo das coisas maiores e que não se contam. Quem me ilumina a cada relâmpago num olhar único. Quem me baptiza na chuva fria ou tão só gotas de sinal. Quem me aguarda no regresso ao ventre materno.
Hoje é o dia da Terra.
Hoje não escrevo, só a imagino.
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Contos Curtos Quase Escuros-Influenza

domingo, 20 de abril de 2008
Uns sapatos italianos (Última Parte)

O Director mandou-a vestir-se. As mãos dela tremiam tanto que não conseguia encontrar o direito das roupas amachucadas e então ele, sem proferir mais palavra arrancou-lhe tudo da mão.
Ficou ela em frente a ele, nua e de sapatos italianos, oferecendo naquela luz, um contorno esguio e misterioso como a cobra estilizada da jóia.
Foi atónita que o viu pegar na minúscula tanga cor de chumbo e começar a vesti-la aos poucos: levantou a perna e enfiou-a na abertura que ele mantinha segura nas mãos e depois repetir o mesmo gesto para o outro lado, subindo devagar até a peça estar ajustada ao corpo. Beijou-lhe o umbigo subiu até aos seios e colocou-lhe o soutien rodando-a de costas para si para o apertar. Ela assustada, pensou que ele lhe iria apertar o pescoço ou fazer-lhe mal de algum modo e de repente viu toda a sua ascensão até ser a sua Secretária particular a ir por agua abaixo e muito provavelmente a ser despedida…achou miserável a forma como aquele chefe se tinha escapulido quando se vira em perigo e desejou também ela desaparecer em fumo.
Mas não. Ele apenas lhe mordiscou os ombros, o pescoço, enfiou os dedos naquelas covas dos trapézios, deslizou as palmas até à cintura fina e desenhou as ancas como se se tratasse de uma viola nas mãos de um musico. Vestiu-lhe a blusa e o casaco e depois voltou-a de novo para si.
Achou-a bonita e nunca lhe tinha descoberto tais atributos físicos por baixo daqueles conjuntos de cores frias e tristes.
Até sensual com aqueles óculos e despida da cintura para baixo.
Arriscaría mesmo erótica quando lhe olhou para os pés e reparou na beleza de uns sapatos italianos de cetim preto onde reluzia uma jóia com forma de cobra que parecia enfeitar um decote.
Vestiu-lhe a saia, pôs-lhe a mala ao ombro entregou-lhe um saco que ao espreitar o fez sorrir…Como ele conhecia aqueles sapatos sensaborões!
-“ Eu posso explicar…”-começou ela a tentar arranjar forças para dizer não sabia bem o quê.
Ele puxou-a pela mão e fizeram o caminho inverso àquele que ela tinha efectuado antes do encontro com o chefe cobarde.
Sem dizer palavra, entraram no gabinete dele que ela tão bem conhecia e sentou-se onde habitualmente ficava para tomar notas sobre as reuniões.
Ele sentou-se na sua cadeira de Director e de uma vez só com um arrastar poderoso de braço limpou tudo o que tinha em cima da sua secretária. Depois bateu ao de leve no tampo da mesa de cerejeira e fez-lhe sinal para ela subir.
Ela ficou hesitante.
-“ Nunca vi sapatos mais bonitos…”-sussurrou ele.
E aquela frase pareceu ligar nela um botão especial, pois de imediato pulou para a mesa e com um fundo musical imaginário fez-lhe um strip de invejar uma profissional.
Então, ele tomou-a meigamente mas com poder, segurando-a pelas nádegas e nas ancas para que o encaixe fosse perfeito.
Ela viu os seus sapatos de uma perspectiva que nunca tinha visto e para tudo lhe saber melhor prendeu os saltos agulha de 9cms no tampo da venerável secretária.
No fim, ele sorriu-lhe e limpou-lhe a testa, tirou-lhe os óculos de massa castanha e olhou-lhe para os pés. Segurou majesticamente aqueles sapatos italianos e ela perante o perigo de ele os tentar tirar abriu a boca e…ele beijou-a de novo sentindo o céu da boca dela, os dentes, a língua, a mistura de saliva…
Depois, de mansinho disse-lhe ao ouvido:
-“ Que tal irmos a Itália comprar uns sapatos novos?”.
sábado, 19 de abril de 2008
Devaneios

sexta-feira, 18 de abril de 2008
Editorial

quinta-feira, 17 de abril de 2008
Não Merece
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Âncoras

Não suspirava nem de lamentos lhe ouvíam o som, apenas queda e imóvel como uma estátua plantada num jardim. Achavam-na perdida, tombada lá para dentro do seu interior, uma coisa funda que devería ser negra e tão semelhante do padecimento dos loucos que antes da fúria avançar, melhor deixá-la ali a ver o nada.
Quando a levaram não esbracejou. Não esticou os braços na salvação das palavras que sabía e no entanto engoliu-as, afundou-as no mesmo ponto ao longe que fixava e que a mantinha viva.
Respirava. Desaguava o olhar em vales e mares.
terça-feira, 15 de abril de 2008
Velhas Palavras Novas

segunda-feira, 14 de abril de 2008
Uns sapatos Italianos (Parte Dois)

Poisou as suas mãos nos tornozelos dela sentindo a pela macia das canelas, subindo até aos joelhos bem definidos, entrando pela saia dentro primeiro numa carícia suave depois apertando os músculos das coxas tomando na mão aquela firmeza que tanto gostava.
Ela convidou-o para tomar lugar junto a ela e sem mais rogos ele de forma ágil pulou para o banco de trás.
E num frenesim apertaram-se, sentiram-se e suspiraram.
Ela pediu-lhe num sussurro que a despisse e com desejo e volúpia ajeitou-se para que ele, entre toques e beijos lhe fosse retirando peça a peça.
Nua e de sapatos italianos empurrou-o pelo tronco para o sentido contrário ao dela.
Ele primeiro admirado depois rindo baixinho agarrou-lhe um pé e com a concha da mão puxou o calcanhar daquele scarpio.
- “ Os sapatos, NÃO!!!”- gritou ela zangada.
Ele perplexo afastou as mãos dela e ficou suspenso naquela atitude inesperada.
Mas quando a viu virar-se e ficar de joelhos como um atleta em posição de partida para a corrida de 100mts não pensou mais e de imediato pôs-se a caminho naquele frenesim de ser o primeiro a cortar a meta.
Ela agitava-se pela força da passada e de sapatos ao alto para não danificar as biqueiras sentia a força dele empurrando-a.
Olhou para trás e o relance da jóia em forma de cobra foi o momento mágico para a catapultar e apanhá-lo na parte final.
E na loucura da vitória não se aperceberam que alguém do lado de fora do carro batia com os nós dos dedos no vidro da porta direita de trás.
Ele agachou-se como pôde nas traseiras dela e ela de quatro a arfar pelo esforço pedido esbugalhou os olhos para o irreal.
-“ O meu director…”-murmurou.
E as pancadinhas no vidro cada vez mais insistência.
Apanhados como dois adolescentes e na confusão de se estar na semi-claridade não conseguiam nem raciocinar nem ela encontrar a roupa espalhada. Ele que permanecera vestido apenas puxou o zipp com rapidez e exigiu-lhe que ela saísse do carro imediatamente.
E quase a empurrou para fora, amarfanhando a roupa contra o peito e tentando cobrir aquele sexo ainda quente do uso.
O carro arrancou de luzes apagadas deixando um guincho a zunir no ar.
sábado, 12 de abril de 2008
O retrato

quinta-feira, 10 de abril de 2008
Fabular(es)

- Estamos a ficar velhotes...
- Mas rijos!
- Velhos...
- Rijos! E sábios. Sabichões, já não vamos em conversas, em histórias da carochinha em que tudo acaba bem!
- Velhinhos...
- Requintados! Raffiné mon cher! Com a nossa idade fica sempre bem uma ilustração estrangeirada!
- Vintage, então...
- Vitoriosos! Não chegámos aqui?! E tanto que aprendemos! Sabemos como evitar o frio e aproveitar o sol a espelhar-se na água, reflexo que nos ilumina. Como um bom projector a apontar à figura principal de uma peça de teatro. Não te sentes assim?
- Acho que o fosso me chama...
- Ora! Até na queda há que ter elegância! E depois este atractivo da experiência, o saber estar, saír, retirarmo-nos enquanto a capa que nos cobre ainda brilha no negro do cetim e sem bainhas remendadas! Percebes o que te digo?
- Um leve cheiro a naftalina...
- Um forte odor a lembrança!
- Lembrar, só resta lembrar, velhotes...
- Viver! Reviver! Agora na dose certa do saber evitar, dar o passo atrás antes do abismo surgir aos olhos, dizer Não! Não quero! Eu sei escolher!
- E que escolhas farías, meu Velho?
- Ser novo outra vez...
(silêncio)
- Sabes?
- Sei.
- Então chega-te mais a mim. Está frio.
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Uns sapatos italianos (Parte Um)

Acenou ao segurança que fazia a ronda dizendo-lhe que ía.
Carregou no botão de chamada do elevador e confirmou que havia trazido as chaves do carro, a bolsa e o saco que sempre transportava.
Entrou no elevador e após ter passado os dois primeiros andares no sentido descendente, apressou-se a tirar os sapatos e a abrir o saco que prendia com força na mão esquerda. Descalça, retirou daí uma caixa de cartão forte atada com uma fita de cetim negro e com os olhos brilhantes e um sorriso malicioso, fez luz sobre uns sapatos pretos de assinatura italiana.
Calçou-os e a sua expressão alterou-se completamente.
Por detrás dos óculos de massa castanha havia um fogo que lhe repuxava os olhos, o cabelo sempre penteado da mesma forma recta parecia ter ganho movimento e o tailleur de um triste cinzento sem qualquer adorno tinha-se transformado em tom de prata.
Guardou os sapatos que usava todos os dias, todas as semanas.
Mirou no espelho a sua imagem e passou as mãos devagar desde os tornozelos até às coxas e sentiu-se a dona do mundo.
Irresistível e fatal.
É que aqueles que agora a elevavam com num pedestal não eram um par de sapatos comum: eram em cetim com uma pequena jóia em forma de cobra do lado exterior deixando antever o recorte dos dedos dos pés como um decote generoso.
E o salto rematava em agulha de aço acrescentando à sua altura mais uns 9 cms.
Olhou o painel do elevador e preparou-se para a saída na terceira e ultima cave.
Beliscou as maçãs do rosto e apertou os lábios um no outro trazendo à face um carmim natural.
As portas do elevador fecharam atrás de si com um estalo metálico e antes de avançar rodou a cabeça para um lado e outro certificando-se da sua solidão naquela luz pardacenta. Depois avançou calmamente e após ter passado alguns pilares correu em passinhos pequeninos e apressados martelando o cimento do chão com um som semelhante a um código morse. Viu uns sinais de luzes a piscarem rápido na penumbra e para aí se dirigiu. A porta de trás do lado direito desse carro fantasma abriu-se e ela esgueirou-se para o seu interior.
terça-feira, 8 de abril de 2008
C.G.
Ligações

quarta-feira, 2 de abril de 2008
Animália

terça-feira, 1 de abril de 2008
Abril

E faça delas mentiras, jocosas, daquelas saborosas que de tão verdadeiras e desconcertantes se acham mentiras em que ninguém - alguém? - acredita.