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quinta-feira, 30 de abril de 2009

O reino

Ali o meu reino.
De palma ao céu contavam-se linhas muito profundas outras apenas o que parecía ser um esboço abandonado e mostrava o lugar. Não apontava, o gesto tinha a leveza soberana de quem gosta do seu sitio e cuida que as fronteiras cresçam sem melindrar vizinhos ou inimigos, que até nestes, honrados, se lhe encontra a valoração para se saír vencido.
Já o fora, bastas vezes a cor azul do sangue lhe havía subido nos olhos e na boca e tudo à volta ferido se tornara branco. De um branco neve e frio sem consolo de palavras que lhe dessem força para erguer nos joelhos que fosse, pequeno de novo no engatinhar do recomeço.
Não se envergonhava, eram lutas suas, ganhas umas outras lições.
A ofensa do riso a quem mostrou o seu reino não lhe tocou, a solidão é mais cruel.
Sentou-se na mesa, recolheu os papéis embaraçados de letras. Mostrar o reino não faz de ninguém súbdito, tão pouco rei.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Aqui há selo - 2009

Está a decorrer a fase final deste passatempo. Até dia 8 de Maio, podemos votar nos selos da nossa preferência. Dos 10 em concurso, os 5 mais votados serão apreciados por um júri.Podemos votar aqui.Creio que este ano há fortes probabilidades de termos um selo relacionado com o abandono de animais...





Este post é uma réplica do que foi escrito pelo Van Dog.









Eu já votei. Ajudem quem precisa de nós. Nós precisamos deles.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Do VicKtor para a Árvore







Sem explicações, do meu Querido Amigo VicKtor da Oficina das Idéias.


Com um abraço imenso e um beijo da Árvore para ti. Obrigado VicKtor





Regras abaixo:



1 - Exibir a imagem

2 - Indicar o link do blog que o premiou

3 - Publicar estas regras

4 - Nomear 10 blogs

5 - Comunicar aos contemplados





Não vou seguir estas 5 regras. Quem se sinta dentro dos parâmetros da concepção deste selo há-de saber que a Árvore os nomeia. Parabéns.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Das horas que passam e eu sem saber delas

Estou presa. Não posso fugir, não posso dourar os cadeados, não estico o tamanho desta jaula se lhe contar repetidamente os passos ou se olhar para o tecto a fingir que o que vejo é céu aberto. Fresco. Puro.
Aos poucos fui fazendo crescer estes muros alteando-os desencontrados para obter a firmeza que não me permita escapar, furei uma janela, um quadrado perfeito como uma moldura onde encaixo o rosto e vejo quadros consoante o que passa a direito. Tendências e fases imagino-as. A bel-prazer. O humor dita-as.
Inconscientemente deixei uma frincha, uma réstia de mão espalmada por onde entram as visitas e por onde passo recados, pequenos pedidos de nada, umas pingas de chuva ou o cheiro do pêlo suado de cavalo, a maresia das ostras abertas, o eco do meu nome.
Às vezes revolto-me e tento partir este tubo que me serve de saia e me prende as pernas, amaldiçoo a droga injectada na veia que me secou de sangues substituíndo o liquido que conhecía por um hospedeiro que conversa comigo junto ao ouvido, baixinho, embalo, desfaleço, deixo-me ir, leva-me, quero ir. De outras não ofereço resistência, até enfeito as paredes circulares de grafittis infantis, um malmequer, um enforcado, palavras soltas que acabo por unir com e ou de ou deu.



... Engraçado... Quando faço isso as paredes levantadas desaparecem. Fico com pena de não estar presa.

domingo, 26 de abril de 2009

Rabiscos

Só no final do dia é que o céu se animou de azul claro quase em tom de brincadeira, dos ventos a cabeleira, a roupa desfraldadas, a pele de galinha, os olhos numa fenda protegidos.
Porque é que é Primavera, e Abril e papoilas e chuva fria... Abriu a boca, sentiu a lingua secar-se, as bochechas incharem da ventania, as palavras coladas no céu esvoaçaram para o azul que se adensou e algumas ficaram presas nas arvores tão despenteadas quanto ela.
Já não são minhas. E voltou a atenção para o papel.

sábado, 25 de abril de 2009

Parabéns Nina



São 21. O equivalente a muitas corridas, muitas peripécias, muitos miados e muitos ronrons.



Parabéns Nina.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Agora nós!

Enraizo-me na Árvore. Acho. Sem planos que não o do dia-a-dia, sorvê-lo na quantidade e qualidade que me são permitidas e possíveis na minha capacidade, avivo os que comigo estiveram, os que comigo aqui vieram, os que me visitaram e cuidaram das folhas na minha ausência, os que me gritaram do alto do monte que vinham a caminho, os que aguentaram o meu riso e a minha rabujice, a minha voz, a minha letra, o meu eu. Os meus eus, todos os que me incomodam e abençoo por assim o serem revoltados e (re)nascerem a cada dia que abro as páginas de cadernos que se empilham em lugares impróprios e até mesmo no vapor no espelho que se acomoda pragmático e me empurra para o meu vestido de pele curto para abrigar os homens e as mulheres que existem. Ou sou eu que não sou.

sábado, 4 de abril de 2009

Distinção Abril 2009



Há blogs que pela sua qualidade me merecem destaque.


Seja pelas palavras ou pela imagem, pela constância do nível e empenho do seu autor, pela inovação dos temas, pela simplicidade com que me fazem viajar. Pelo tanto que me dão.

Assim, resolvi publicamente nomeá-los, sendo certo que a regra única é o meu gosto pessoal pelo blog.


Não é um prémio nem um meme.
Não é uma corrente e logo não é transmissível a mais ninguém pelo que só a Árvore das Palavras tem o direito sobre o registo de os indicar e o indicado não o pode oferecer.


Todos os meses, aos primeiros dias, revelarei a minha escolha. Publicarei aqui o selo Distinção Árvore das Palavras com a identificação do meu seleccionado de cada mês e gostaría que o blog distinguido também o exibisse. Mas isso já fica por decisão do visado.


Abril é um excelente mês para distinguir Voando por aí da autoria de Teresa Durães.


Qualidade de escrita, qualidade de fotografias, qualidade no tratamento das emoções fugindo ao caminho fácil do óbvio, do piedoso, do lacrimoso. Ler Teresa Durães é ler sério. O patamar do seu registo destaca-se, aprecia-se e... incomoda. Felizmente.


Surpreende-me, atributo de poucos. Por isso, recomendo, por isso gosto. Muito.