Se fechar a minha mão agarro-te de uma só vez, pequeno que és ou pequena que sou ainda quando quero pensar-te só meu na grandeza dos infantes quando nas estórias do contar acham sempre que os tesouros são de quem os decifra no mapa ou escavando fundo tocam na arca.
Eu achei-te pelo olhar, logo assim me perdi ou tu me lançaste um feitiço ou então é coisa dos Rios, já te contei de outros.
Mas tu, sei lá porquê, à medida que o tempo corre, tens-me parado nas veias e agora mirar-te de longe e fazer de conta que te consigo segurar, pequeno, quase gota na concha da mão, uma brincadeira que olho na palma e vejo escorrer entre linhas destinadas a seguir entre margens daqui onde agora me sento acocorada na colina do Castelo, e além, mulher deitada de lado, lado meu, margem minha, sinto a tua finitude na emoção, lágrima, um sal que não é Rio.
Quando eu o for tu deixarás de o ser e nada mais será Tejo.
(in Olhar com Vista sobre o Rio, 2012)
(in Olhar com Vista sobre o Rio, 2012)
2 comentários:
Gasolina, este seu texto deságua - agora mais que nunca - no meu coração de vó.
Você permite que o publique no Bloghetto? Aguardo a resposta e tomara que diga 'sim'!
Abraço do tamanho do Tejo!
Selma,
A resposta é sim, com prazer.
E com um abraço deste lado levado na chuva forte
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