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sábado, 4 de abril de 2015

O céu da boca (Palavras Reencontradas) 8



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A fazê-lo na quantidade que o faço outra coisa não faria, diziam e eu negava.
É certo que o faço em grandes doses mas não serei diferente dos demais e como os outros acontece-me tudo ao que os outros sucede, menos vontade, só vontade, insónias, desespero e brancas totais.
E também aquela coisa que não deixa sossegar sem ser verdadeiramente um incómodo porque afinal continua a ser fruto original, mas a interrogação volta não volta paira, balança, interrompe o fluxo, é a repetição da escrita.
Será que à força de se marcar um estilo, ter uma assinatura própria quanto ao verbo, não nos repetimos nas palavras e nestas o conforto de uma bengala que ampara a frase que soa tão perfeita para desenhar o que se sente, o rosto físico do personagem, a salvação dos pontos finais formatando um modelo interior que nos caiba e agrada. Que tem de se gostar primeiro para crer que outros irão apreciar.
Palavras reencontradas ou palavras recicladas no sentido de alma nova.
Questiono-me.
[...]


(in O céu da boca (Palavras Reencontradas), Abril 2014)

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