Uma palma invisível cola-se ao dorso e empurra, impele, compele na ida por muito que os calcanhares se finquem no travão do resguardo ou do cansaço ou somente de outras vontades, ao menos hoje um apetite de vontade própria sem ser ao gosto de outrem, a contra-curva da espinha no sentido da liberdade, arcos de verticalidade que se endireitam a prumo e acabam na suavidade dos passos sem som e sem marca, obrigações, consciências ditadas, a palma aliviada. Por dentro a violência do chicote batido em si dirá a satisfação de outrem, o cansaço da mão soltará a liberdade de uns quantos e a verticalidade poderá finalmente dobrar-se, plástica e maleável, até de novo o uso lhe precisarem.
CAPÍTULO QUARENTA - DE VOLTA A CASA
-
Ao fim de pouco mais de três meses Alberto fechou a conta e a familia
regressou à casa renovada.
Maria da Luz apenas tinha ido por uma vez ver o decurso das...
Sem comentários:
Enviar um comentário