Árvore fora eu e assim mimetizada de mim dentro de um tronco as palavras não ressoaríam para se escrever, ler, escutar na saliva muda de outras bocas, outros ouvidos.
Também não ía a lugar algum, que quando vou seguem as palavras comigo que mesmo queda lá vão elas vestindo-me.
Mas mesmo não indo ou indo silenciosa como uma árvore, sempre o verbo me trairia que chegam de mim muito primeiro as palavras que me fazem, as palavras que sou, toda eu a que sou conhecida como palavras. As que plantei ou as que esquecidas aparente, se enterraram de novo na terra e de um fio de chuva, um fio de sol foram lembradas por alguém na minha boca, no meu caderno. E o tronco fechou-se e eu não precisei ir.
A árvore vai, a árvore caminha, a árvore viaja.
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