Engano-me a escrever o Ano e volto um ano atrás. Não mudei de caderno, não encostei o que as minhas mãos já conhecem de tantos afagos e deitei a uso um fresco de 1ª página a condizer com o inicio do qual erro em rodapé para marcar palavras que se sucedem. Afinal, intemporalmente. Eu continuo a ser eu e de mim mesma outros se ocupam nas linhas do caderno velho que também se acha novo. Bastam uns algarismos para tal. É tudo trabalhos, cadinhos, amores. Precisão de contar, vontade, contrariedade, polos que se vão encostando e dão faísca, ponta de sapatilha que dilacera os dedos calejados mas que no toque ao solo electrifica o corpo no amor à arte.
Podía fazer batota e alterar os Anos em que cada palavra se juntou a outras tantas e encheram de branco o azul-china, derramando tudo o que sou e o que não posso ser porque são outros, mas nada se alteraria por conta do gosto ao verbo e da sensação de estar viva quando escrevo.
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