Há vezes em que a tristeza vem e não arreda pé, transforma tudo e alma em só e até do deserto se sopram os grãos de areia para se afastarem as ideias de nele se erguerem montes para distrair. Resta o buraco, ocupamo-nos a enfiar nele e dele dentro de nós.
Não há homem nem mulher, é-se cousa, uma perdição engolida em que a língua só encontra sal a queimar e das palavras para se falar a si mesmo no auxilio da pena, o ódio da pequenez pela solidão cuspida.
E tomou-me.
Triste, mas tão triste que nem dos que me apoquentam incómodo lhes acho, não lembro apetite em pés de pato ou coup de pied a maltratar caimbras doloridas, dos mortos meus não ouço voz que alente o espicaço e como já não sei chorar deixei de saber o que fazer aos olhos, às mãos, ao silêncio que hoje veio e não trouxe os outros de mim, que sempre disserem ser de mim e até hoje fogem.
Não escrevo, não tenho vontade.
Só que estou que estou tão longe de mim, nem me procuro no receio de me sentir inundada desta peganhenta tristeza que me faça cousa de besta.
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