Acinzentas-te para meu agrado ou são meus olhos ainda da tristeza do dia que se deslavam aos poucos tingindo-te as águas, camaleónicas vontades nossas ó Tejo, grande Rio, grande mágoa que trago por dentro, embala-me fados, desencanta-me este gosto das decadências e manda-me azul, embarca-me em trovoadas e dá-me um medo de verdade que me acorde à poesia...
De amante que te sou ouves, afinal sempre.
No risco curvo das pestanas auguro a tua veia de pintor, uma paleta colorida de arco-íris agua-se na lágrima que enxugo.
O marinheiro de olhos azuis sorri-me.
Leva-me para casa Rio.
(in Olhar com Vista sobre o Rio, 2012)
Sem comentários:
Enviar um comentário