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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Esta coisa das palavras



 
O complicado da coisa é que depois de se começar não dá para arrepiar caminho, a musculatura das palavras tem esta chateza e quem se envenenou delas bem pode contar com o peso no lombo que não há alivio que conforte o dia sombrio ou noite que estale móvel herdado sem sacudir um fio de linhas encadeado que ate pés, punhos e língua até caçados, e de olhos fitos numa memória prestes a tornar-se, lembrar ternamente que da estréia já passámos quando no estalar de dedos se nota o canto do quarto amachucado no desaparecimento do ângulo das folhas desperdiçadas do mau génio ou infortúnio da cegueira no esquecimento:
QUEM DISSE QUE EU SABÍA ESCREVER?
Desenhador de letras, depurador de caligrafias muito trabalhado, alguém disse que à força de treino a coisa vai, Ah pois é, esta coisa das palavras talvez que seja um desporto mas como todos quem nasceu para correr bem que pode ir ao fundo numa piscina e sem a respiração certa não há vírgula que consiga levar este parágrafo até ao fim sem asfixiar. Ponto.
Afinal é só um pontinho, nem instalado está, ensaia-se, testam-se capacidades.
O diabo é a palavra. Um elástico que se estica e nos estala na cara. Voraz. Capaz de comer a família inteira e a nós também.
Não sei quem escreveu isto tudo aqui acima mas estou crente que a certa altura as palavras ganham autonomia e se fazem vida. Eu leio.
 
 

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