Perdi a fé da certeza. O dominio tornou-se absorto quando tudo se quer em dois, quando se acha que amor maior foi o que não se teve para sempre e o presente sendo encantado tem a falha da realidade.
Agora que me é dado voltar aos braços da paixão um som agudo baralha-me os sentires e tanto quero correr como parar para ouvir de olhos fechados pautas que me alucinam. Afinal foram elas que me mantiveram viva neste balão de oxigénio e rude, ingrato e de má memória sería se estouvada virasse costas de vez e apagasse o que escrevi.
Mas o amor, o amor, a dor do amor, aquela coisa rasgada no peito que ajudamos a esgaçar ainda mais e pedimos leva tudo, leva-me tudo...
A verdade, eu disse.
A verdade é que perdi a fé da certeza quanto ao meu amor. Quero amar dois, posso amar dois? Quero letras feitas a golpe de mãos pelos ares, a minha caligrafia no cénico, quero passos no papel branco, quero jetés e attitudes que se encadernam de folhas pisadas nas fluviais madrugas em que o sol nasce quando parto e se põe quando arribo, quero a hora do lobo em que me ponho de mulher e quero a chuva a despentear-me os gritos com que empurro o silêncio das palavras ditadas pelos outros de mim.
Quero tudo. Quero dançar mas também quero escrever.
10 comentários:
Gas,
lindo, lindo, lindo!
Clapt, clapt, clapt!
"Quero tudo."
Gostei muito deste teu post.
jito minha Gas,
Sony
"quando se acha que amor maior foi o que não se teve para sempre "
E achamos isto vezes demais que quase se torna sempre.
Excelente !
um beijo
Sony,
E quero mesmo.
Prefiro nada ter do que ter qualquer coisa.
Quero tudo ou desisto do "nada".
Beijos em ti
CNS,
Tens tanta razão nesse "sempre". A nossa alma lusitana é que nos leva a naufragar para não entregar o barco...
Um beijo, C.
É aquele engano do 'mais vale um pássaro na mão, que dois a voar'. É mentira! Não vale nada.
É preferível, muitas vezes o nada ao que sobra.
(Tenho estado ausente..falta de tempo)
Gas,
prefiro não ter nada do que ter metades!
Ou é ou não é!
Ou 8 ou 80!
Ou tudo ou nada!
Não existe o meio, não existe o talvez em mim, por isso lute tanto até mesmo comigo, mas luto sempre até vencer!!!
Jito,
Sony
é possível amar mais que um ao mesmo tempo.por vezes temos é de fazer escolhas, porque ainda somos demasiado "pequenos" para entender a grandeza e plenitude do amor. mas como dizes, tu és diferente, tu não és o "normal", então talvez possas passar por cima da escolha comezinha e deixares os dois conviverem em pé de igualdade.
o nosso mal é querermos ter certezas, nada é tão certo como o incerto...
beijo e abraço forte
marisa
Patti,
Dos restos não quero nem o cheiro. E sobras de mim nunca ficam nenhumas para oferecer.
Aproveito-me nestes "últimos cartuchos" até o tempo me dar essa trégua.
Depois... Bom, depois há-de chegar.
Sony,
É tremendo ser-se extremista, não é?!
É que não sei ser de outro modo, não sei ser mais ou menos, não sei ser tanto faz...
E pelos vistos a Formiguinha também é sócia deste clube...
Beijos, beijos
Marisa,
Simplesmente adorei como falas desta escolha, destes amores, da pequenez e da grandeza.
Obrigado.
Pela tua mão, mais uma vez, a segurar a minha. Isso é que é mesmo certo.
Um beijo, levado pela chuva tanta até aí.
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