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domingo, 14 de fevereiro de 2016

Como é que se diz [ou escreve]




Quando abro os olhos já a dor da luz me levou há muito, dos restos espapaçados é verdade que o morno pode até enganar por uma espécie de vida aparente, invólucros de carne que se arrepiam ao esticar um braço para ajeitar a mecha de cabelo incómoda ou mãos que tacteiam na procura da vista independente e já a pé, restos preguiçosos e serôdios à realidade da clareza dos ângulos iluminados.
Tanta coisa que não se sabe dizer, um gotejar de verbo na intraduzível expressão da caneta a meio caminho pela palavra boa e eficaz, restos espapaçados entre morno e a ansiedade da busca levantando panos-páginas na tentativa de uma dobra os desencantar do seu esconderijo, que falta de vista! Dói-me o verbo ou o sentir ou tanta luz que acaba a cegar pela lucidez da minha carne que me levo aos restos de um gesto de tapar o rosto.

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