A qualquer instante caio, não é a surpresa da queda ou o medo da dor ao estatelar-me no fundo, nem sequer o vejo, pintaram paredes, tecto e chão à mesma cor, um poço negro ou branco tanto faz quando não há limite de medida de alto-baixo ou perigo de aleijão na imensidão, o que balança a suspensão é a dúvida do quando, o que move o momento é a respiração que se acelera na pergunta para quando, é agora ou daqui a quanto tempo, quanto me resta do imaginar o que é verde e o que é azul ou então a desaceleração das narinas na tentativa do controle do tempo, da matéria, da matéria do corpo e da essência invisível que nos nano-segundos parados sem respirar se pretendem palpar, alma, não caír por assim querer nessa exigência, apenas vontade como cabos fortes e robustos que sustêm um mundo interior maior que a pele, a qualquer instante caio mas de pé e vejo-me morta por outros matada. Abandono o espaço e deixo o que julgam ser eu.
CAPÍTULO QUARENTA - DE VOLTA A CASA
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Ao fim de pouco mais de três meses Alberto fechou a conta e a familia
regressou à casa renovada.
Maria da Luz apenas tinha ido por uma vez ver o decurso das...
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