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quarta-feira, 10 de junho de 2015

O espaço do tempo (a ocupar-me)


 
Estaciono-me onde as ideias permitem, a verdade é que isto é uma grande mentira, as ideias não me deixam parar, uma valsa sem os três tempos clássicos, 123-1, 231-23 e rodopia, nada é como dantes e nem as ideias são a última apresentada, água é o mais semelhante, câmbios e espaços que procuram alagar onde couberem.
Estaciono o corpo e permito o pensamento evoluír, mais verdade, mais corpo, tão mais belo se torna este invólucro na felicidade das ideias terem tempo de chegar e mudarem e transformarem-se em gestos de dedos, mão aberta a contar linhas ganhas no destino, ainda acredito? e passo o dedo da outra contrária a sulcar imagens adivinhando onde ganhei esta ruga de caminhos aconchegados a um monte de pensamentos recorrentes e renovados como águas que conheço e afinal tão novas.
Escondo palmas.
Fecho os olhos, danço inebriada num século perdido uma valsa, a minha mão na de alguém que decerto devo ter amado mas não recordo.
São os segredos que se estacionam por dentro de mim.

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