É manhã cedo, tão cedo que nem o dia acordou, risca o eyeliner nos olhos fechados e na boca os segredos da força contida pelo batom, aperta a explosão dos punhos pelo tailleur cingido aos botões que nas casas jogados silenciam o coração e alteia nos saltos a vontade do voo picado.
Marca números, dispara falas, comanda verbos, humedece línguas nos idiomas que dobra à vontade de outros, às vezes lembra-se de si em monossílabos ou em pequenos estalidos, mas as luzes incidem sobre as mãos e rápido dedilha teclas que aportam juízos aguardados noutras salas, noutros quilómetros, noutros mundos, noutras bocas que riem e não precisam da língua dela.
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