Vejo o liquido manchar-se na alquimia da transparência, páginas de nívea para café que se tornam azuis e assim eu me torno letras ou então de sangue se nascem outros, outras coisas que se seguram cá dentro e libertam à medida que o dia toma o escuro e o arruma dobrado como um cómodo que se limpa e se deixa pronto para o hóspede que chega.
Do consolo do gole quente depressa se esquece a mão, presa à linha do encadeamento de frases, pontos, a vírgula pendurada na asa da chávena incapacita até o instantâneo se esfriar amargo e vitrificar na realidade de um coágulo, não me lembrei mais do café, não precisei, duas mãos não chegaram para tanto apanhar, ele eram palavras e hóspedes e dia a vir e eu a mirrar e de repente eu nem estava ali, cheguei porque a isso me convidaram.
Solto o cabelo, o gato amarelo ronrona sobre o caderno, o outro no meu regaço.
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