Em vez de ir vou ficar. Sou até capaz de me deitar em sitio que não seja de o ser com roupa que não seja de dormir, andar descalça ao invés de castigar dedos de pés a pique em calçado pontiguado e de saltos que se encravam em pedras de calçada e tapetes de escritórios onde se bate na porta ao de leve e se encosta a orelha à espera de sinal para se entrar. E sendo assim, não entro, não levo, não carrego entre mãos papéis com linhas que consumiram a cor dos olhos que da minha era verde e fugiram para branco e depois nada e depois se tornaram riscas e depois ficaram cegos e agora podem ser a branco e negro porque tudo fica mais simples quando é uma coisa ou outra e nada mais. E por tudo isto não será quinta-feira, será outro dia de não ir, mas um que não seja véspera de lá voltar, pois aqui me deixo abandonada ao que acontecer, despreocupada em vez do que sempre me habituei em todo o redor, até feliz em vez do parecer ser.
CAPÍTULO QUARENTA - DE VOLTA A CASA
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Ao fim de pouco mais de três meses Alberto fechou a conta e a familia
regressou à casa renovada.
Maria da Luz apenas tinha ido por uma vez ver o decurso das...
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