Fim. De tão somente mais um mês, de apenas mais um dia ou mais uma folha arrancada a actualizar calendários e não perder o ritmo das alucinações e caminhar de pernas afastadas entre universos onde tento perigosamente manter-me sã e nem por isso o faço ou nem por isso o acham que o sou ou nem por isso o permitem que o seja aos puxões por um braço para lá e para cá, seja para que lado for, desequilíbrios que vou emalando e quando olho para as minhas costas, tanta bagagem acumulada.
Aprendo, vou aprendendo, largo o desperdício, hesito entre o que me recorda o riso e o que me saudosamente magoa [para quê masoquismos], chuto na impotência de mãos cheias já não aguentarem mais pesos e a alma é a mais forte, abro mãos e liberto-me.
Ainda assim tanto, tanto, vêm pendurar coisa alheia a tiracolo, ao ombro, ao pescoço, na dobra do braço, não quero mas vou segurando pela fragilidade de quebrar o que me passam, cristais de outros cuido-os tanto como se fossem meus e devolvo-os inteiros à espera que os mantenham intactos [Ingenuidade minha, recebem-nos agradecidos mas a uma só mão e sem jeito de pegar], então que seja, fiquem com os vossos cacos que eu tenho muitos meus.
É o fim do principio ou o começo do acabado, é um carrocel porque não saímos do mesmo sitio, fazemos as malas só para nos iludir.
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