Rituais.
Faço o golpe devagar, é preciso que o sangue seja o suficiente para alimentar o sacrifício, nunca sei quanto nem nunca me importa se mo levam todo, o momento do instante é o presente e o futuro, são páginas folheadas rápido que logo que a caneta extinga o liquido do corte serão passado.
Sinto o cansaço de suportar linhas e o cansaço na transposição dos mundos, levezas de me dar, ajeito o cabelo ou o corpo ou o caderno, um pé lá, um pé aqui, detalhes de um fruto que mastigo imaginado ou grandes paisagens que me abrigam como uma coberta que se dobra doce para me esconder o frio que chega manso à medida que o flash perde a força da cegueira.
Tenho frio, não tenho mais sangue, mais tinta, haverão folhas brancas a mais mas não agora, não neste pedaço de tempo dissolvido entre mim e a caneta de tinta permanente a contarem coisas que não sei de onde vieram, só as fiquei a conhecer depois de as ver escritas.
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