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domingo, 7 de setembro de 2014

O livro negro dos homens (quatro)




A capacidade que os homens têm de prometer está directamente proporcionável à velocidade com que o dizem. Facilidades que escorregam bem e vão sempre como uma luva no remate de uma frase, fecha-se a coisa desta forma airosamente e tudo fica contente, pode-se partir, deixar a memória desgastar-se pelo sinal do tempo e acaso um resquício de factura se apresente, inventa-se outra promessa e de desculpa em desculpa, vai-se levando.
Não gosto de promessas e abomino mentiras, não peço as primeiras e não perdoo as segundas, se avançam com juras espero que as cumpram. Embora não fique na expectativa de ter de controlar o prometido, se tocam no assunto para inventar o adiamento vão levar com a palavra mentiroso e de mim crédito algum merecerão de novo.
Quem quiser vir que apareça livremente.
Porque dar sem sentido na retribuição é o melhor presente recebido. Gostar por saber gostar é ter certeza do que se quer, não é mira bem apontada nem interesse bem pesado de vendedora sabichona.
Mas que não se prometa palavras que não se tenha intenção de saber fazer gasto delas, pois corre o risco de se estar a contar com a companhia, com o usufruto de dar e o prazer da troca e tão pouco atingir o valor do verbo não o merecendo.
 
 
(Lx,28.01.2010)

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