Pela mão da Mãe, sempre de tailleur e de saltos altos, condenadamente a enterrarem-se nos torrões que fazíam o caminho até à paragem da camioneta que nos levaríam até ao trolei e neste sempre a descer, a Ponte de Santa Clara muito branca à esquerda. À direita, eu tinha medo. Havia um morro em rocha e uma escadinha que serpenteava até ao alto onde os Pais me tinham dito haver um convento. Sentía frio quando passava por ali, só o esquecia quando atingíamos o plano e vía o bulicio da cidade. Descíamos, as montras das pastelarias piscavam-me os olhos, mas os cremes eram-me interditos. O pão de deus era-me passado para a mão, não te sujes, segura bem. Eu só quería pular, correr, ver as cores que me despertavam histórias e fantasias e o dedo a indicar perguntas, como se chama aquele mar? É um rio, Como se chama o Rio? É o Bazófias, É o quê? É o Mondego, não foi isso que tu disseste, estás a mentir e não se diz mentiras que é feio! É o Mondego, nunca te esqueças dele. Não, nunca me vou esquecer.
CAPÍTULO QUARENTA - DE VOLTA A CASA
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Ao fim de pouco mais de três meses Alberto fechou a conta e a familia
regressou à casa renovada.
Maria da Luz apenas tinha ido por uma vez ver o decurso das...
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