No inicio foram as Cartas ao Poeta. Depois, as Crónicas do Tejo. Sem interregno, um Olhar com vista sobre o Rio. O que virá a seguir não sei. Esta tanta de água que me fulmina o coração e aquieta a dor, apazigua os desencontros do olhar entre margens da vida tida e da que se sonha, é mais que ponte, é mais que fronteira liquida entre dois pedaços de terra feita pela mão do homem montada em betão e correria, travessia de lá para cá, ida e regresso a casa.
É a minha paixão, são as minhas viagens ao passado no avanço do cacilheiro guiado pela gaivota desesperada que plana até assentar poiso sobre o relógio nunca certo de outro lado.
São 7 minutos que entram nas veias como uma droga injectada, viciosamente, porque são vida, seja a que se sente latejar, seja a que volta em ondas de calor ardido na memória ou a que se anseia por acontecer no balanço do encosto do barco macio ao cais.
Não sou original nesta paixão. Mas vou continuar a senti-la, e porque é a minha a mais ninguém lhe é dado escrevê-la neste sentir.
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