Luz em doses certas, filtrada em manchas que se espalham vagarosamente e se unem umas às outras criando imaginações de figuras imponentes que me levam ao silêncio respeitoso e admirável do rio tranquilo que desliza no seu tempo, azul, cinza, azul, intercâmbio de saudades.
Enamoro-me.
Não me tenta seduzir, a sua simplicidade é a rudeza sinuosa contornando margens e adivinhando o novo encanto a cada curva feita e a cada descompasso do peito batido quando os olhos abertos querem fechar-se guardando fotogramas do que egoísta [também tu, afinal...] sorve do céu, da luz manchada em doses escoadas na generosidade de se oferecer por existir enquanto vai colorindo águas a azul, cinza, azul-dou-me, cinza-tens-me.
(Porto, Rio Douro, 16.11.2012)
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