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terça-feira, 20 de agosto de 2013

O nascer do dia




Noite à volta. Cada tudo meu nos sitios que lhe conheço de olhos fechados. Uma árvore verdeja-me a janela nos tons camaleónicos das folhas-fundo-céu e o veludo do alcance às minhas mãos é tão perto quanto o som do mar ou do rio que desagua nas palavras que consigo escrever para o imitar. Tudo é tão perfeito quanto a minha imperfeição. Sinto o cheiro da neblina a devassar cortinas frescas pela chávena tinta de café já usado no tóxico despertador da memória de horas usadas pela metade e na tranquilidade do instante o mundo pára.
Olho em frente.
No recorte clareado a árvore separa os universos.
Seguro a caneta entre os dedos dobrados e no papel branco sem linhas desenho a sangue azul o nascer do dia.

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