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domingo, 9 de janeiro de 2011

Na minha rua




Dia de semana, frio, haverá chuva neste dia, talvez não, só vento e abandono, solidão entre gentes que correm caminhos sabidos e não os querem, mas vão, vão sempre, sobre o pescoço encolhido em golas de sobretudo carregam a obrigação de ir, vão, vão sempre.

A magnólia que floriu durante a noite ilumina uma rua feia, há perfume levado pela rajada de ar furiosa, arranca-lhe flores, botões e ela sempre bela, não desiste, harmoniosamente estende ramadas rosa-açucarada e não desiste.

Dia de semana, nem sequer um Domingo, e esta magnólia florida a contrariar frio que estala no pescoço que se estica para a admirar, devía chover, lavar os olhos de tanto odor e fazer esquecer, ir, ir sempre.

Amanhã talvez não hajam flores no chão, sopradas pelos passos de quem passou a correr e com frio, não há-de haver chuva nem vento, só uma magnólia grande e seca e todos passarão como sempre, numa rua feia onde ontem pensaram que era Primavera.

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