
Não há calor que me não faça desejar o Outono, tardes frescas em que a pele se eriça na pena do sol baixo e fraco mudado pelas horas dos homens para mais cedo dormir. Olho o Rio e choro infâncias mondegas. Já este outro, adulto, convoca-me mulher, não há medo nem vergonha, nem desquerer que me vista para além da vontade. Quisera-te passeio, jogo nas asas abertas da gaivota triste que pia anos e mais anos, tantos. Não há espelho deste Tejo ao astro que me não faça lembrar o chumbo dos dias magros, apertados na gola do pescoço, nem é frio, nem é arrepio, é o meu eu a saír do cais.
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