E se mesmo depois de se morrer não se partisse de todo? Se houvesse um tempo em que o tempo se perdesse nas memórias de uma vida para depois se sussurrar a outros o que os outros só poderão entender quando passarem por essa porta para a derradeira viagem?
Ficaría explicado os déjà vu, o saber fazer sem nunca ter aprendido, a pretensa reencarnação em figuras que já passaram, a sensação de conhecer desde sempre alguém...
Ficaría explicado por que tantos homens e mulheres vivem em mim e falo de coisas que até a mim me surpreendem... E se assim fosse, quem podería eu ter sido?
Ficaría explicado os déjà vu, o saber fazer sem nunca ter aprendido, a pretensa reencarnação em figuras que já passaram, a sensação de conhecer desde sempre alguém...
Ficaría explicado por que tantos homens e mulheres vivem em mim e falo de coisas que até a mim me surpreendem... E se assim fosse, quem podería eu ter sido?
Ou será que não sou? Amálgama de suspiros, sussurros, segredos, tudo empilhado sem ordem e a minha tarefa - arrumar-me para me conquistar, conhecer-me para saber de outros.
14 comentários:
provavelmente lembras-te mesmo, e esses que te acompanham são as tuas lembranças de quando foste eles. Vendo assim as coisas és uma eleita, a maioria, onde me incluo, não se lembra mais de quem já foi...
marisa
P.S. Vou estar ausente quase duas semanas, mas já sabes que volto sempre.
... o mais importante(?!) ainda está por explicar. Por enquanto vamo-nos dando por satisfeitos(?!) com a falta de explicações que temos. Eu explico-me: garanto - se tiver oportunidade - dar explicações depois de morto. De como é a vida depois da morte.
À séria: este texto é tocante nas interrogações feitas mas muito mais na ânsia de saber quem somos. Gostei muito.
Querida Gasolina
Sempre tenho a ideia que noutros tempos, noutros sítios contigo me cruzei...
Adoro os teus textos que tenho escritos em memórias de outras eras.
Beijinhos.
"...e a minha tarefa - arrumar-me para me conquistar, conhecer-me para saber de outros." Suponho ser nossa tarefa.
Beijocas.
Grande ideia. Muita coisa ficaria explicada, realmente. Até talvez se pudesse "justificar" essa necessidade de self-arrumation, como se diz em americano :)
E alinho nisso, a cem por cento.
Já agora, de que cor queres a passadeira?
Deixei-me levar pelas tuas palavras e sabes que mais acho que és bem capaz de ter razão! Por outro lado a ideia agradou-me e além disso divagar contigo ajudou-me a esquecer que estou suspensa nas palavras de alguém que custam a chegar! Obrigado pela partilha
Marisa,
Não sou dada a esoterismos. Nem a fés, nem a crenças. Mal o meu, se calhar...
Mas rebelam-se dentro de mim coisas e seres que me dizem coisas e me falam de outros que nunca conheci.
Assim dito, parece loucura, bebedeira, vicio. E é mesmo. De todas as palavras que deito para fora.
Estás sempre aqui, sabes onde.
Beijo
Legível,
Reformulo: SR.LEGÍVEL,
Há explicações que não devem ser explicadas. Ou não se podem. Por isso - bem o dizes - o mais importante é a questão, aquele sinal no fim do pensamento e que impulsiona os sentidos e o saber.
E como tu, também Agostinho da Silva prometeu o regresso para contar como é. ´
Obrigado pelas tuas palavras. Mesmo.
Vicktor,
Até que é bem possível.
Intemporalmente.
Se não... Como explicar empatias?
Abraço apertado
Selma,
De uns quantos.
Outros preferem fingir que não se lembram.
Alien8,
Como dizer-te?!
Passadeira para mim, só AZUL, toda AZUL!!!
(E eu lá mereço passadeira??? ahahah)
Mas se partilhas do meu achar... fazemos as pazes?
Jardins de Laura,
Quanto tempo!
É gratificante saber-te aqui. Obrigado.
Espero que as palavras que anseias cheguem. E te cheguem conforme queres. Mais ainda: que te surpreendam.
O FCP sempre se deu bem com a Briosa! Nunca houve guerras, antes pelo contrário. Mas, se o teu azul é do Belenenses... bom, é a mesma coisa :)
E mereces, sim. Seja pois azul.
São questões que só ao passar a porta ficaremos a conhecer as respostas.
BF
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