Afastei-me da luz do ecrã, nunca da luz da folha branca. O caderno - o velho caderno que não chega a velho de tão rápido se gasta - manteve-se como um cão a meu lado. Permiti-me a dislexia, o não querer dizer, os riscos furiosos matando as frases incorrectas, as buchas desenhadas na diagonal e pelas beiradas das páginas, os desenhos do que vi e do que não vi e do que só eu podía ver, as frases que copiei de diálogos matutinos entre homens e mulheres que não queríam acordar, e de novo aquela sensação macia na mão, o deslizar da tinta azul-china na virgindade tingida a letras que me vieram de entranhas que eu julgava não ter, tudo no papel.
Porque voltei então?
Não sei. Mas assim como há coisas que não se devem explicar para que não percam a beleza, também eu não tenho de me justificar perante este amante.
Estou aqui.
Como sempre.
São só palavras, sou eu.
4 comentários:
Querida Gasolina
Creio não ter eu, igualmente, que me justificar porque me sinto folha, receptor de uma energia infindável.
Beijinhos.
Victor,
És e sempre serás folha desta Árvore.
Por tudo e porque eu quero.
Não chega?
Beijo
Cadernos assim, feliz de quem os tem. Apesar de alguns pesares. Como os que ficam a meio. Ou a falta de traços, linhas, rostos que não os traduzidos em palavras.
És só tu. E basta.
P.S.: Também gosto muito dos teus comentários!
Última hora: Acabo de ter notícias de umas certas fotos!!! Uau! É só uma questão de tempo para revermos um pouco do tal sábado.
Repetindo-me "completa" és tu nas tuas palavras :)
BF
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