Fumo a última noite no gosto acre esperançoso de que este sabor me lembre outros hálitos, outras dores, qualquer coisa que me copie a atenção para uma janela que não seja fechada, o vidro transparente a enganar o cerrado, o estilhaço no focinho sedento de um sangue menos vermelho, menos quente, menos eu.
Quero ter sono e dormir. Quero ter sono e sonhar. Quero ser banal e sonhar com flores, com amores, com risos e algodão, doce, doce, doce... Na verdade não tenho sonos, nem sonhos, nem vontade de fechar os olhos e parar as mãos, nem quero ser banal nem quero sonhar, só quero gritar e rasgar a dor que já me rasgou.
Amarelecem-me as memórias em notas de música que amachuco negras no cinzeiro cheio.
É tarde, é cedo, é o último desejo do condenado.
Desligo a luz, boa noite aos que vieram.
9 comentários:
Serás sempre tudo menos banal.
Um beijo
só quero deixar um bom dia...
bj
marisa
Olá...
é dia
de ligares a luz
de inventares o sonho
e o sono tarda
sempre...
cai na madrugada... quando o sol espreita a tua janela...
!nfinito beijinho
é tarde, vou apagar a luz e deitar a cabeça na minha almofada. posso sonhar, como tu, sonhos banais para trocarmos amanhã um com o outro?
na verdade eu queria... ter sono... sonhar com algodão doce e pipocos, com castelos de areia e praia, flores e pássaros em bandos... na verdade eu queria
quem sabe talvez sonhemos juntas.
deixo um beijo
Querida Gasolina
Gosto muito de te ler... bem o sabes.
Gosto muito de olhar teus olhos... profundamente.
Desejava muito ser mago e ler teus sentires no espelho da tua alma.
Beijinhos.
Na banalidade do sentir reside a memória do Ser.
Bj.
Gas,
boa noite à que escreve,
e assim, liberta a condenação da memória. Fumada.
Um abraço,
Olá Gasolina
Eu voltei mais ou menos ao ponto em que te deixei. Fiz uma pausa um grande intervalo, agora vou tentar compensar as minhas leituras.
Um beijo
BF
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