[ Agora não estavas cá...]
Recostada ou hirta na parede por construír deixo chegarem as balas que trazem o meu destino, se quiser agarro-as à mão, pulverizo-as na chave fechada do punho, antes as quero onde só eu as vejo [estás a pensar em quê?], basta que estique o braço e alongue a vontade no vão dos espaços que mais ninguém vê, ensurdece-me o silvo [estás a ouvir? estás onde, que não me ouves?], esqueço-o em chilreios das madrugadas quando as aves são felizes ao morder os lábios e do gosto do sangue ganho a dor necessária para a abstracção do concreto [que tens?], este é todo o meu lado perfurado de claridades que me cegam e alumiam, um dia caio de vez, as balas hão-de chegar sózinhas e eu rio [estou aqui] porque nesse dia desejo-as de metal [por vezes afastas-te e não sei onde estás].
Nem eu.
10 comentários:
fuzilo-me
a minha mais sincera admiração.
pelo que vou lendo. aqui.
abraço.
sim!
"Este é todo o meu lado perfurado de claridades que me cegam e alumeiam" . Belíssimo! Tout court.
Beijocas
Querida Gasolina
Divinal este teu escrito que me fez andar para cá e para lá, qual andorinha a esvoaçar em Valle do Rosal.
Desejei muito ver-te nesse momento [onde estavas?]
Beijinhos.
Trilitistar,
E depois? E depois? E depois?
De que serão feitas as tuas balas?
Isabel Mendes Ferreira,
Muito obrigado.
Mas admirada fico eu... pelo que me dizes.
Selma,
Estas imagens que me trespassam têm tido ao longo da minha vida o condão de despertar a ira alheia ou a paixão desvairada.
Vá lá entender-me...
Um beijo atirado em arco de uma ilha para outra.
VicKtor,
Quase, quase com duas pernas, terei de matar saudades de Valle do Rosal...
Um beijo, mantém a andorinha por aí.
Por vezes também nem sei bem onde ando!!
Quase, quase :-)
Um beijo grande,
Sony
Estive afastada, mas como tinha saudades das tuas palavras que para mim nao sao balas mas estrelas brilhantes no ceu da escrita!... E hoje veio ter finalmente as minhas maos o teu "Contos da Fogueira". Estou feliz.
Beijo
marisa
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