Ei-lo.
Apoiado no cotovelo, espalmando-se contra o balcão frio de um qualquer bar, escuro e fumarento, lugar de solitários que se acompanham como a matilha, em grupo e cada um por si.
Lá está ele, de tão profundo vermelho cambia no negro, como uma pisadura de tantas dores que sofreu, ergue-se e afunda-se em carrocéis de sem-fim, desalentado agora, ansiando logo mais que uma gota de luz o avive, faça saltar, quiçá pular e perder-se no mundo afora.
Escondido, amachucado, pequenino que precisa de colo, uma só palavra fá-lo sorrir, um só olhar atira-o para um poço fundo e lodoso.
Ali sorridente, maravilhado como os tontos ficam, cego à fealdade, alimenta-se parca e violentamente de colheradas mal trituradas achando-se rei no manjar.
Observem-no: não o acham comum, patético naquela tristeza primária de abandono?
E no entanto vêmo-lo altivo, comandante, audaz e herói...
Apoiado no cotovelo, espalmando-se contra o balcão frio de um qualquer bar, escuro e fumarento, lugar de solitários que se acompanham como a matilha, em grupo e cada um por si.
Lá está ele, de tão profundo vermelho cambia no negro, como uma pisadura de tantas dores que sofreu, ergue-se e afunda-se em carrocéis de sem-fim, desalentado agora, ansiando logo mais que uma gota de luz o avive, faça saltar, quiçá pular e perder-se no mundo afora.
Escondido, amachucado, pequenino que precisa de colo, uma só palavra fá-lo sorrir, um só olhar atira-o para um poço fundo e lodoso.
Ali sorridente, maravilhado como os tontos ficam, cego à fealdade, alimenta-se parca e violentamente de colheradas mal trituradas achando-se rei no manjar.
Observem-no: não o acham comum, patético naquela tristeza primária de abandono?
E no entanto vêmo-lo altivo, comandante, audaz e herói...
(C.G.-03/05/2006)
4 comentários:
Imenso beijinho do c o r ação
É, Gasolina, por trás de tanta altivez, está a fragilidade de quem volta e meia nos pede tempo e compreensão para com suas razões, nem sempre claras para nós...
Mas não nos iludamos. No fundo, ele sabe de seu poder e de suas incontáveis cartas na manga.
Beijocas.
F@
E eu retribuo-te na mesma medida.
Por tanto de sensibilidade, Menina das Nuvens
Tia Selma,
Pois eu acho que ele não sabe mesmo do seu poder. Ou nós, os seus donos, não o valorizamos.
Na altura dos apertos lá reconhecemos que é um músculo valente - e, surpreendemo-nos!
Beijo Selma
O Tejo esvaiu-se para um mar qualquer e está baixinho, baixinho.
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